Imprudência
Vítima diz que subsecretário estava em alta velocidade e fazia zigue-zague
RIO - Primeira vítima a ser atropelada pelo subsecretário estadual de Governo da Região Metropolitana, Alexandre Felipe Mendes, a dona de casa Silvana Braga de Souza, de 30 anos, afirmou neste sábado que o motorista zigue zagueava em alta velocidade antes de atingi-la. O subsecretário - que até fevereiro integrou a equipe da Operação Lei Seca e coordenou a operação em Niterói - atropelou quatro pedestres na Estrada do Engenho do Mato, em Itaipu, entre 23h30m e meia-noite da quinta-feira. Testemunhas contam que Alexandre estava num Mitsubishi preto, placa LUL 3663, quando ocorreu o atropelamento.
Silvana estava com os dois filhos, que também foram atropelados:
- Lembro do veículo fazendo zigue-zague e se aproximando de nós. Só consegui agarrar meu filho caçula e não vi mais nada.
Segundo informações da 81ª DP (Itaipu), Silvana foi ao local no sábado para retirar a guia necessária para realizar o exame de corpo de delito, no Instituto Médico-Legal (IML). O depoimento está previsto para ser realizado neste domingo.
De acordo com Silvana, ela e os filhos, Gabriel Braga, de 2 anos, e Felipe Morais, de 5, retornavam da casa de sua cunhada. De acordo com relatos da vítima, a família caminhava pelo canto da pista, na Rua São Sebastião, quando foi atropelada. O caçula foi retirado às pressas do carrinho de bebê, que ficou destruído, para evitar a colisão.
A família do pedreiro Hermínio Cosme Pereira, de 52 anos, que teve morte cerebral após ser atropelado pelo subsecretário, reclamou, neste sábado, das investigações sobre o acidente. O filho da vítima, Giovanne Pereira, de 28 anos, levantou suspeitas do modo que a investigação vendo sendo conduzida pela polícia:
- A bicicleta do meu pai sumiu da cena do crime. O mesmo aconteceu com o carro do secretário. Assim como subsecretário, que desapareceu. A forma como as coisas estão sendo feita é muito rápida.
Ele afirmou ainda que foi procurado por uma quinta vítima do acidente que não quis se identificar e que segundo ele teme represálias.
O delegado da 81ª DP (Itaipu), Carlos Alexandre Leite, não foi encontrado para comentar o assunto.
O filho do pedreiro disse ainda que o atropelamento de seu pai não ficará impune:
- Ele vai pagar pelo que ele fez. Se fosse meu pai que atropelasse o subsecretário ele ficaria 30 anos na prisão. Ele tirou a vida de um trabalhador.
Pereira também disse que uma pessoa, que seria representante do subsecretário, se dispôs a arcar com despesas que a família teve após o acidente.
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