O delegado da 81ª DP (Itaipu), Carlos Alexandre Leite Justiniano, afirmou na tarde desta sexta que o subsecretário será indiciado por lesão corporal culposa. Alexandre é acusado de atropelar cinco pessoas no fim da noite desta quinta-feira. O subsecretário passou por exame toxicológico para comprovar se houve ou não abuso de álcool.
Rio - Uma das pessoas atropeladas pelo subsecretário de Estado de Governo da Região Metropolitana, Alexandre Felipe Mendes, Ermílio Cosme Pereira, de 56 anos, teve morte cerebral, segundo seu filho informou na noite desta sexta-feira. Ele está internado no Hospital Estadual Azevedo e, de acordo com a Secretaria Estadual de Saúde, sofreu traumatismo crânio-encefálico e cervical.
Alexandre Felipe foi ouvido pelo delegado da 81ª DP (Itaipu) Carlos Alexandre Leite Justiniano | Foto: Severino Silva / Agência O Dia
O advogado de Alexandre Felipe alegou repetidas vezes que o atropelamento foi um acidente inevitável afirmou que o acusado foi surpreendido por uma bicicleta. "O subsecretário perdeu o pai há uma semana. Esse acidente foi uma fatalidade. Pelo que vi, foi só uma taça de vinho (que ele consumiu), mas não posso dar a certeza. É um local escuro, cheio de buraco, e veio a fatalidade. Uma bicicleta apareceu do nada e ele bateu na bicicleta. Ele perdeu a direção. Ele toma remédio de traja preta pra dormir, pra descansar"
De acordo com testemunhas, cinco pessoas que foram atropeladas pelo subsecretário no Engenho do Mato, na Região Oceânica de Niterói. No entanto, o Governo do Estado divulgou uma nota em que afirma que o acusado atropelou apenas uma pessoa.
Feridos
Uma das vítimas, Silvana Braga de Souza, de 30 anos, contou que saía da casa da cunhada com os filhos Felipe, de 5, e Gabriel Braga de Souza, de 2, e estava em um carrinho de bebê. Ao ser atingida pelo veículo, ela desmaiou e bateu com a cabeça no chão. "Quando acordei, achei que meu filho estava na ferragem. Só vi o mais velho. Escutei o Gabriel pedindo socorro gritando desesperado. Tirei força não sei da onde para ajudá-lo. Acho que foi amor de mãe", disse Silvana, que retirou a criança de dentro do carrinho, que ficou destruído com o impacto.
Silvana chegou a ser levada para o hospital, mas foi liberada. Um jovem de 19 anos caminhava com mais quatro amigos e carregava sua bicicleta quando também foi atingido pelo carro desgovernado. O rapaz, que não quis se identificar por medo de represálias, apenas ralou a perna. "Ele não estava sóbrio. Ficava olhando para o céu sem falar coisa com coisa. Só dizia que estava errado".
Ermílio Cosme Pereira, de 56 anos, mais um dos atingidos pelo carro de Alexandre, foi atendido no local do acidente por bombeiros e encaminhado para a Unidade Municipal de Emergência Mário Monteiro, em Piratininga, também na Região Oceânica. Após isso, ele foi removido para o Hospital Estadual Azevedo Lima, no Fonseca, na Zona Norte de Niterói, onde permanece em coma.
O acidente
De acordo com testemunhas que não quiseram se identificar, por volta das 23h30 de quinta, o subsecretário teria saído de uma festa na casa de Marco Botelho, presidente da Fundação Instituto de Pesca do Rio de Janeiro (Fiperj), visivelmente alcoolizado. Alexandre Felipe integrou a Operação Lei Seca até fevereiro deste ano.
Ainda segundo testemunhas, Alexandre Felipe, que guiava um Mitsubishi Pajero de cor preta, atropelou uma mãe com os dois filhos e fugiu sem prestar socorro. Em seguida, depois de 300 metros, ele atingiu mais duas pessoas, na Rua São Sebastião, e depois bateu num poste. O governo disse em nota que "cabe ao subsecretário responder como todo cidadão comum". O governo disse ainda que lamenta profundamente o ocorrido.
Um homem identificado apenas como Rodrigo, que seria funcionário de uma secretaria regional de Niterói, teria saído da festa, em um Honda Civic, pegado o Mitsubish do subsecretário e saído. Alexandre Felipe, por sua vez, deixou o local no Honda Civic. Rodrigo ainda teria tentado coagir bombeiros e policais militares a não divulgar o caso. A ocorrência foi registrada na 81ª DP (Itaipu).
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